SOBRE
O CUIDAR NA FILOSOFIA E NA VIDA: UMA VISÃO TRANSDISCIPLINAR
“Aquele
que leva a vida a caçar monstros deve cuidar de si para não tornar
a si mesmo um monstro. E quando se olha tempo demais para o abismo, o
abismo lhe retorna o olhar”.
(NIETZCHE)
Um tema muito abordado é o de “Cuidar de si para cuidar do
outro. Mas quem é este outro? Senão nós mesmos projetados
diante da comunicação que estabelecemos? O que é cuidar? Cuidar
de si? Cuidar do outro? Cuidar dos outros? Cuidar de nós? Cuidar das
coisas? Cuidar da Terra? Cuidar do Planeta? Há como cuidar de tudo
sem cuidar de si mesmo?
Há como conhecer qualquer coisa
sem conhecer a si mesmo? Me parece que a célebre frase atribuída a
Sócrates – Conhece-te a ti mesmo –, nos coloca em profunda
ligação com o nascimento da humanização que relata a busca do
verdadeiro significado do cuidar, ou seja, humanizar. O cuidado
humano é uma característica fundamentalmente ligada à filosofia e,
consequentemente, à ética, à moral, à conduta, à cultura e à
natureza humana.
Os animais também cuidam uns dos
outros e de suas crias, isso nos assemelha naturalmente a eles, seja
por evolução, seja por criação. Mas, diferentemente de nós, eles
não têm consciência daquilo que fazem nem porque o fazem, esse
cuidado animal está ligado apenas às leis naturais, ao código
genético de cada animal. Já os seres humanos vão além desta
constatação, eles são conscientes daquilo que fazem, e o fazem,
além de submetidos às leis naturais, submetidos também à
liberdade, às leis morais e culturais, ou seja, às leis que eles
próprios construíram.
O cuidar é uma forma de expressão,
de relacionamento com o outro ser, consigo mesmo e com o planeta.
Pensando nos elementos do cuidado humano, o amor, a solidariedade, e
o respeito, mostramos, que nessa atitude, a forma de cuidar independe
do tipo de relação que se tem com o ser cuidado. A ação do cuidar
tem a ideia de harmonizar as relações humanas e o equilíbrio
junto ao meio social e a natureza.

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